LEONORA FINK
1981 - CURSO TÉCNICO DE DESENHO DE COMUNICAÇÃO
 
Os terceiros anos do iadê faziam um jornal da classe, no segundo semestre do último ano do curso. O exercício de diagramar, fazer matérias e ilustrações servia como trabalho e registro dos alunos, histórias no contexto da época.
Esse exemplar é de novembro de 1981 e foi realizado pela turma da noite, classe do José Maria, que envia um exemplar para compartilhar conosco. A maioria dos artigos, não tem assinaturas, mas as ilustrações sim, o que pode significar que o artigo e o desenho foram feitos pelas mesmas pessoas, talvez.

O iadão
São Paulo
Novembro de 1981

página 1

Querido amigo ou inimigo:
Não sabemos se você será um futuro leitor, mas nosso propósito inicial é embaralhar sua cabeça entre tópicos que nada têm a ver com o contexto geral da arte, abrangendo assuntos, talvez relacionados a ela, como também uma porrada de porcarias. Até mesmo coisas boas, junto com besteiras interessantes podem ser encontradas...
É um jornal leve - oito páginas - porém sutil nos apanhados gerais sobre os vários aspectos da arte, sua evolução e aceitação (a verdade é que isto não condiz com a realidade do jornal, mas ficou bonito no editorial...). No entanto, esta brilhante salada elaborada com inspiração encheu o ar de nossa classe, o 3º ano noturno do iadê, transformando tudo num verdadeiro esgoto de idéias.
O iadão não quer ver, sonha apenas ser um pequeno grande jornal, falando de arte como Jacob Klintovski e Rubens Edwald Filho, satisfazendo sexualmente o mais íntimo anseio dos leitores.
Pensar que tudo nasceu de uma brincadeira que deu certo (apesar do imenso mau gosto)...
Estávamos todos no iadê, prestes a ser reformados, quando dois de nossos caras, já tarimbados pela loucura, sugeriram que editássemos (este não é o termo certo) um jornal (que também não é o termo).
Diagramamos, planejamos as colunas, que deveriam ter caído na cabeça dos dois, dividimo-nos em grupos anti-grupais e jogamo-nos de corpo e alma em tudo que foi discutido e acabou em briga.
Resumimos as cacas, sobraram as ecas.
Ao final, sobraram matérias. Foram cortadas as melhores e, por fim...faltaram matérias.
Com muito esforço porém, e pouco suor dos nossos rostos, ele saiu (deixando muito a desejar).
"Oras, dirão vocês, o que leva um bando de mitomaníacos escatofílicos a fazerem um pretenso jornal?" Respondemos-lhes resolutos em nossas convicções: "De que vale a arte de deglutir porpettas, se a xarrasca ocupa-se com Lycodontis Acellatus?
Barato leitor: aproveite-o. É o primeiro, único e último pequeno, grande e incrível exemplar dos maléficos e frustrados jornalistas que pretenderam alcançar o obscuro e absurdo interesse, neste objetivo jornal, que você tem em mãos.
A todos, terríveis abraços.


página 2


A luta contra a miséria no mundo dos empregos

E agora José? Fim do ano chegou, indecisão começou. Que profissão escolher? A de Arquiteto! Sapateiro? Decorador? Legista? Você está confuso? Decida José, ou tome confusal de Dr Si Abra.
Há certamente, um momento na vida da gente, em que todos nós pensamos na profissão a seguir. Um amigo que é arquiteto, uma história de alguém que venceu em certa profissão, um casamento bom...e logo pensamos em seguir este ou aquele caminho imaginando "rios" de dinheiro correrem por nossos bolsos. Não são muitas as pessoas que vencem nas profissões escolhidas. E entre estas, poucas conseguem vencer os obstáculos da profissão: a falta de experiência, a dificuldade de conseguir emprego, um corpo não muito atraente, mau hálito, etc. Obstáculos como a dificuldade de conseguir emprego, jamais desaparecem, a não ser que se tenha Q.I. (Quem Indique). Talvez por isso, o "círculo empregatício" esteja fechado (sem malícia).

Padre ou dissecador? O que escolher

Meire Pongetti, dona de um estúdio de decoração em sua própria casa, atua nesta área há dez anos, iniciando na profissão por influência de um cara que conheceu, fez....e é seu marido, que já atuava na área há 10 anos quando ela começou. Já no caso de Eduardo Brañas, músico MPB (Música Presbiteriana de Batismo), tudo aconteceu de repente. Participava de um festival em seu colégio, quando alguma coisa aconteceu (sem maiores detalhes), ele adorou a experiência e resolveu seguir carreira.
Marcos Tabé, arquiteto, atualmente subordinado a dar aulas de Ética Profissional no iadê, escolheu esta profissão, por ser a que combina com seu jeito estúpido de ser, mas é assim que ele sabe lidar.
E agora José? A porta fechou, a luz apagou. Você venceu?
O começo é sempre mais difícil, como comprovar a prática de quase todos estes profissionais? Uma das dificuldades iniciais, mencionadas por todos, é a falta de experiência e excesso de orgulho. Superado este problema, surge um pior: náuseas, dor de barriga, cólicas menstruais, é o desemprego f... a concorrência f...! Há opiniões bem particulares, quanto a este aspecto. É o caso Vanderly Augusto Matta, oportunista dono de uma agência de publicidade. No começo, as coisas foram difíceis. Não conseguia arranjar emprego. Só conseguiu, com ajuda de um deputado amigo da família.
"Depois que adquiri experiência e passei a ter contatos com as firmas, montei minha própria agência."
Para Vanderey, as coisas melhoraram, mas pra Walmir Torres, ator pessimista, a situação continua ruim até hoje.
"O início foi difícil, mas consegui superá-lo. A falta de recursos para a montagem de minha própria peça é um outro obstáculo que, creio eu, não conseguirei superar, já que não possuo apoio dos Órgãos culturais e nem tenho amigas influentes".
Seu início foi superado, o meio está phoda (f...), o fim será cruel, cairá nas mãos de Satanás, mas se Deus ajudar, Walmir receberá ajuda de um Santo Deputado.
"Quem não tem padrinho morre pagão!"
E agora Valderney? Com a chave na mão, quer abrir a porta...não é essa chave...Quer morrer no mar, mas não tem calção. Quer trabalhar, trabalho não há mais. Vanderley, e agora?
Embora alguns profissionais tenham, hoje, uma vida econômica sedimentada, a maioria continua a ter uma vida econômica instável.
Este fato é, como explica Tabé,
"Não é devido somente à situação econômica que atravessamos, é devido, também, aos pequenos grupos de inormes paspalhos arquitetos previlegiados e que "efedepetamente" monopolizam o mercado deixando de fora os que não pertencem ao "circuito das bonecas".
Há também o problema dos marreteiros que atrapalham o bom desempenho profissional. É o caso vivido pela Meire quando da execução do projeto de uma casa em Campos do Jordão. A casa tinha sido totalmente decorada por Cr$ 70.000,00, por um arquiteto de uma construtora. Após um mês (aproximadamente 30 dias), a família resolveu redecorar o living.
"Eu fui indicada. Meu orçamento, só para o living ficou em Cr$128.000,00 (Quem será o marreteiro?), fiquei perplexa com tal fato. Comparei os dois orçamentos e cheguei à seguinte conclusão: arquitetos e decoradores sem o menor pudor, apóstolos de Satanás, são os que empesteiam nosso mercado de trabalho, onde o cliente é apenas um otário consumidor de projetos arquivados.
Valderney, toda competição acirrada no mercado de trabalho é devido à deplorável situação econômica do país. Nesta onda de desempregados, encontramos muitos profissionais altamente qualificados, rebaixados a prestarem serviços que não estão à guisa de sua potência de trabalho, por imposição do sarcástico, maldoso, malégico, sacana, pilantra, terrível sistema, tudo para vencer a luta contra a miséria no mundo dos empregos...

Dicas

Se você é bonito (a), tem um corpo atraente, vença na vida. Há em média para cada lindo rapaz uma viúva e uma solteirona rica, sem falar nas bonecas. E para meninas, moças e mulheres, Ahhh, nem se fala!
Na agencia de empregos Cafettinos Gogolot, você fará o seu pé de meia ou a sua própria cama de gato...


página 3


Ascensão ao louvor

O Brasil é considerado um dos principais mercados exibidores do mundo, tanto em filmes de cinema, como em telecines (geralmente em forma de séries), além de grande quantidade de curtas-metragens, na sua maioria educativa, que são exibidos em universidades, escolas e consulados.
Quanto à produção, o Brasil produz, em média100 filmes por ano. Na maioria das vezes, tal produção fica concentrada entre Rio (agh!) e São Paulo (clap, clap, clap!), mas só em nosso magnânimo estado é que o cinema toma ares de indústria, com quase todos os produtores e exibidores concentrando-se em uma mesma rua do Triunfo).
Objetivando ampliar a produção de filmes em outros estados, a Embrafilme criou diversos "Pólos cinematográficos", possibilitando a Minas Gerais, por exemplo, produzir um filme premiado. Lógico que devemos encarar a tudo isto como uma atitude invejosa por parte de todos, por jamais terem tido a geniosidade e a perspicácia dos cineastas paulistas. O perdão, entretanto, fica para o estado da Bahia, em especial para a cidade de Vitória da Conquista. É que nesse lugar, a 14 de março de 1938, nascia Glauber Rocha, pai e mãe do "Cinema Novo" brasileiro. "Uma idéia na cabeça e uma câmera na mão"; esta frase sua foi o estopim para as grandes mudanças, não só no setor cinematográfico. Muitos adolescentes, que escondiam seus contos e crônicas em gavetas, tiveram motivação para mostrá-las a outras pessoas.
Dedicando-se, por algum tempo a críticas de cinema, ao realizar "Pátio", seu primeiro filme (curta-metragem), jamais abandonou o cinema. Autor de diversos livros de críticas cinematográficas e de um romance "Riverão Sussuarana", Glauber deixa uma obra relativamente curta, mas com um indiscutível toque de gênio. Não há quem negue que "Deus e o Diabo na Terra do Sol" e "Terra em transe" sejam duas obras-primas de grande qualidade e mesmo outros filmes "Cabeças cortadas", têm igualmente o mesmo toque de genialidade.
Mais respeitado no exterior, onde era reconhecido como o "cinema novo" em pessoa, existem filmes como o "O leão de sete cabeças" e "Claro", que jamais foram exibidos comercialmente em nossa tão dileta pátria.
Maior do que a de um dia ter sido exilado, foi a de um dia auto-exilar-se, por não haver condições de desenvolver um trabalho no país que tanto amava e no qual, tanta esperança depositava. Seu último trabalho, filmando a morte de Di Cavalcanti, foi uma homenagem sua ao grande mestre e que,no entanto, teve que ser realizada com pedaços de filme velho e com uma câmera emprestada e apesar da demora e da relutância da liberalíssima censura, o resultado é inegável, outra obra de arte.
"Toma um fósforo, Glauber, acende teu cigarro. O beijo amigo, é a véspera do escarro, a mão que afaga é a mesma que apedreja e se alguém causa inda pena à tua chaga, apedreja esta mão vil que te afaga e escarra nessa boca que te beija..."
Este foi um verso que, sem saber, Augusto dos Anjos fez para homens como Glauber e era o verso preferido de Glauber, daí a transcrição ter sido feita.
Sarava, Glauber, da terra de Xangô...
Depois de alguns anos de recesso, com a "Palma de Ouro" ganha em Cannes pelo "Pagador de Promessas"(recesso em prêmios internacionais, devo dizer), o Brasil entra na década de 80 abiscoitando alguns dos prêmios mais importantes de todo o mundo. "O homem que virou suco" foi o vencedor de crítica e júri do Festival de Moscou, enquanto "Eles não vestem Black Tié" foi o grande vencedor do Festival de Veneza. Nesse meio tempo, filmes como "Eu te amo", conseguem grandes e importantes contratos de exportações, antes nunca realizados pela Embrafilme.
A.C.C.E., Cia Chilena de Espectadores, a Cinema da França e a Bianco y Traviesso, da Venezuela, já adiantaram alguns milhões de dólares pelos direitos do mesmo, e no entanto, só ficarão com 50% da renda de bilheteria. É, uma luz divina anda iluminando os caminhos do cinema nacional, graças à Nossa Senhora Aparecida, protetora do Brasil, nossos amados cineastas têm sido agraciados pelos prêmios internacionais. Deus é brasileiro...
Apesar de os filmes estadunidenses serem ainda os mais deglutidos, por incrível que pareça é o Japão que ostenta a bandeira de "maior produtor de filmes do mundo" (grandes realizações como: Robô Gigante, Ultra Seven, Heróis do Espaço, Nacionaro Kido e outros). Os EUA estão decaindo ano a ano (inegável tal afirmação), não só em cinema...
Enquanto que, em nossa pátria, atores e profissionais de cinema propõem uma equalização de vencimentos entre estes e outros trabalhadores das demais categorias, nos EUA, greves sobrepõem-se a greves, numa tentativa de melhorar o trabalho e as condições de aposentadoria desses homens sofridos e crentes em Nossa Senhora das Boas Projeções, numa melhora decisiva em suas vidas.
Como no passado, quando o cinema experimental brasileiro procurou uma nova proposta através do "Bandido da Luz Vermelha", "Nenê Bandalho" e outros, hoje grupos isolados de aficionados ao cinema têm desenvolvido trabalhos artísticos que visam uma nova linguagem cinematográfica.
Um desses novos movimentos é o "Cinema Univérsico", que está sendo desenvolvido pelo "Estúdio 17", centro de estudos de cinema, em São Paulo. Em Aracaju, estudantes e professores da Universidade Federal de Sergipe, também se movimentam no sentido de criar novas formas de se fazer cinema, e serão os primeiros a apresentar as experiências de Cinema Univérsico fora de São Paulo (ehê São Paulo!).
O Cinema Univérsico é todo filme que possa ser entendido por um ser humano, independente de cultura, religião ou idioma. Os primeiros tipos de filme já estão sendo produzidos e deverão ser apresentados em salas especiais e cineclubes de universidades, para depois serem contatados pelos consulados situados em nossa maravilhosa capital paulista. Separemos São Paulo do resto do Brasil! Façamos com que a bandeira paulista tremule como sendo símbolo de uma pátria! Viva São Paulo, viva Guilherme de Almeida, Pedro de Toledo, Júlio Prestes e todos os que têm sangue bandeirante!!!

página 3


O Murro no coração

A Ariola chegou no Brasil sentando porrada nas outras gravadoras! Philips, CBS, Vanguard, Copacabana, RCA e outras sofreram com os potentes golpes desferidos pela recém chegada que não poupou supapos para conseguir com que Milton Nascimento, Chico Buarque, Alceu Valença, etc, entrassem para seu quadro de funcionários, deixando com uma mão na frente e outra atrás as gravadoras que deles precisavam para continuar sobrevivendo sem muita dificuldade.
As vítimas, ameaçadas de morte, nada puderam fazer para a defesa, além de ficarem quietas, esperando que tudo não passasse de um pesadelo barulhento.

O Murro no Coração

Não contente em despir as gravadoras de seus melhores artistas, a Ariola violentou uma a uma impiedosamente, arrancando-lhes os melhores profissionais e permitindo-lhes que ficassem apenas com os restos.
Não tendo como reagir, as gravadoras limitaram-se a chorar e a chamar por "mamãe", infelizmente, a mãe da maioria das gravadoras atacadas estava em viagem pela Europa e EUA.
Estão choarando até hoje...

Porque a Ariola é gostosa

No seio (aí) desta agressiva gravadora, existe todo um sistema que possibilita aos artistas mamarem o bastante para que fiquem sempre bem alimentados. No setor de divulgação, por exemplo, tudo é muito bem planejado e estudado.
Com o trabalho do músico terminado (o disco), inicia-se uma reunião entre o artista, o empresário e o chefe de divulgação.
Quando pode dar entrevistas? A que horário? Quer adesivos? Camisetas promocionais? Posters? Press releases (panfletos que dão notícias sobre o artista)? Bem, tudo isso é acertado em tal reunião e os artistas escolhem os meios de divulgação de que necessitam e acham que melhor se enquadram no tipo de trabalho que desenvolvem. São três as divisões existentes no setor de divulgação, são elas: Divulgação em revistas e jornais (imprensa), divulgação em rádio e TV. Cada uma em seu campo de ações, promove o artista da maneira anteriormente escolhida.

A Ariola é fresca

Por ser gostosa, a Ariola não se rebaixa à toa, não! Vocês pensam que ela paga pra um sujeitinho tocar música no rádio (jabá)? De maneira alguma! Afinal, todos os seus músicos têm nome e mesmo os mais novos como Kleiton e Kledir, estouram por sua qualidade musical e não por outro motivo.
E também revistinhas sacanas como a Manchete, que vendem suas páginas, não são jamais procuradas pela Ariola que entende que caso saia uma entrevista com quaisquer dos seus protegidos, na certa a revista venderá, no mínimo 30% a mais em tal número.

A Ariola malvada

Com tantos artistas famosos, é normal que algo chato como a televisão lhes encha o saco na tentativa de convencê-los a gravar especiais, entrevistas e outras banalidades. Lógico que os artistas de maior nome são sempre mais difíceisde se convencer, mas seus divulgadores responsáveis encarregam-se de importuná-los até que concordem. Alceu Valença é um exemplo disso. Recusando-se a gravar no Programa do Chacrinha, sofreu por dois meses a insistência de seu divulgador até que acabou concordando (contra sua vontade, lógico).
Com Milton Nascimento aconteceu um pouco diferente, negando-se a participar dos especiais feitos pela Globo, que interessam muito mais à emissora que ao artista, seu divulgador simplesmente engendrou seu nome e não houve outra escapatória senão gravar...

A Ariola boazinha
Fora de aspecto puramente divulgativo, a Ariola vê o que será por sua conta durante as apresentações. Se pagar os músicos, o teatro e som e luz ou o hotel.
Infelizmente a Ariola não é boazinha o bastante para pagar todas as despesas do artista e o sujeito é obrigado a escolher apenas 1 destes itens. Porém, a divulgação do show fica por conta da gravadora e é ela também quem arranja o patrocinador.


página 4


O incêndio na Floresta de Oceano City

Tudo começou bem, mas não se sabe como.
Oceano City é uma cidade próxima a Manaus, capital do estado do Amazonas, colônia pertencente aos EUA (Estados Unidos da Aldeia). Com aproximadamente 2000 km² (dois mil quilômetros arredondados), sua maior parte era coberta por densa floresta, hoje consumida pelo fogo. É o que dizem os pesquisadores que procuram a causa do incêndio.
Muito conhecida por seu rico folclore, Oceanocity é bem original. Nosso repórter, Rodoberto Matão foi até lá, para entrevistar o sr Nashua Fetz, William, um dos encarregados e principais responsáveis pelo setor turístico da cidade.


Entrevista

Rodo – Sr William, poderia dizer-nos algo sobre o folclore desta maravilhosa cidade?

Will – Oh, yes my friend! Esta cidade tem por maior atração seu folclore representado pelos Bumba Meu Gato e/ou pelo Bumba Meu Carneiro.

Rodo – O sr poderia contar-nos como são estes festejos?

Will – Yes, sr O. B. M. G. e/ou B.M.C. fazem parte de uma festa que vem acontecendo há mais de mil anos, quando o país foi descoberto por Colombo. É sobre a lenda do deus Gato, que é um grande tocador de bumbo.

Rodo- E a do Carneiro?

Will- O carneiro....bem...É que ele , o deus Gato, usava o couro do carneiro para fazer o bumbo da festa; aí começavam os festejos. Uma grande alegria. A cada bumbada do deus Gato, matavam um carneiro e um sapo.

Rodo – Sapo? Por que?

Will – Porque os sapos são verdes. Há! Há! Há!

Rodo – Agora, mudando um pouco de assunto, o que o sr está achando deste tal incêndio?

Will – Uma braza mora!

Cont. – Após a entrevista nossos repórteres Susinéia e rodoberto foram ao I.M.E.R.D.A. (Instituto Maior de Ecologia Rural da Amazônia), que fica na cidade, para ver se algo já tinha sido feito para controlar a calamitosa, alarmante, ultrajante situação.

Ficamos sabendo que:

Até a madrugada de ontem, não haviam chegado os bombeiros. Foram feitos 300 telefonemas interurbanos do orelhão da esquina, segundo dados fornecidos pelo I.B.O.S.T.A. (Instituto Brasileiro de Orientação Social e Telefônica Amazonense). O corpo de bombeiros dista 398 quilômetros de Ocenocity e sabemos que 9 de seus 10 caminhões e seu único helicóptero estão quebrados. Para solucionar esta pequena falha, sairão de Porto Alegre (RS), Segunda-feira próxima, 32 caminhões, o que não é muito tempo, posto que sabemos que hoje é terça-feira. O Japão também contribuirá, em solidariedade, com dois navios bombeiro. O Irã vai enviar cobertores (apesar de o governo ter pedido um pouquinhode petróleo) e os E.U.A. vão enviar 50000 camisetas com a inscrição "This is life".



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