| Cartas 
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 carta aberta:
 "HQ em Portugal", texto assinado por Venerando Matos e inserido no feliz encarte do nº 2 de BOCA só pode ser rejeitado, com espanto e indignação.
 Sendo facto não haver muitas novidades na HQ portuguesa, as que existem dariam bem para encher não a coluna, mas todo o verso do "Jornal de Quadrinhos". E evitaríamos referir a realmente péssima HQ que nos vem daqui e dali e em especial via Brasil, ainda que o desmantelamento dos seus mecanismos alienatórios e monopolizadores se exija e seja premente.
 É puramente falso que os jornais, tanto diários como semanários se fechem aos autores nacionais. Seria mais fácil enumerar os que o fazem.
 O leque de opções políticas leva a que da "esquerda" ou "esquerdas" à "direita" ou "direitas", por vezes de difícil destrinça no jogo da informação, possamos encontrar traços para todos os gostos. A "tira" e o "cartum" de criação nacional saem diariamente na tão controversa imprensa portuguesa. Mais, são comuns os livros e álbuns editados com recolhas destes trabalhos.
 Autores há que se tornaram verdadeiramente populares, politicamente supra partidários ou não e vão conquistando mesmo aceitação nacional.
 As datas políticas em que Venerando Matos espartilha a B. D. portuguesa nada têm  a ver com elas. A revista Visão publicou quatro dos seus doze números após o 25 de novembro, teve prejuízos, mas não pressões. A coleção está aí e não teme críticas, ousou tocar nos maiores tabús. As opções políticas dos autores, e publicamos dezenas, são patentes e variadas.
 Apoiada na experiência "Visão", como reconhecem os mais destacados críticos do sector, a HQ portuguêsa guindou-se a todo um conjunto de realizações que vão desde a criação de clubes de leitores à realização de exposições - debates e experiências escolares.
 Vou-me deter por aqui sugerindo a Venerando Matos que se não lhe agrada ser coerente se esforce no mínimo por ser informativo, começando talvez por estar informado. A BD portuguesa merece-o e a HQ brasileira precisa-o, por tudo o que fica dito.
 Resta-me desejar que a BOCA abra num futuro o espaço que a BD portuguesa merece, precisa e solicita deixando já abertos os olhos, ouvidos e páginas para tudo que vier daí, da HQ brasileira.
 Com amizade.
 Eduardo Nobre
 Lisboa
 Portugal
 
 Nota - Carta resumida, por motivo de espaço. Enviaremos cópias da original aos interessados.
 
 
 Prezados senhores:
 Soliscitamos um exemplar de vossa revista para que possamos enviá-la à nossa biblioteca central, em Washington.
 
 Library of Congress Office
 Rio de Janeiro - RJ
 
 
 
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